"Menino perdido, menino de engenho."
-Menino de Engenho de José Lins do Rego página 141 capítulo 40
Estas são as últimas palavras do narrador no romance. O narrador se identifica como menino do engenho, mas ele está a caminho à escola. Então não morará mais no engenho. Também, não nasceu do engenho, os pais não moram no engenho e nem tem laços afetivos como os parentes no engenho. Em adição, ele não é igual aos outros moleques do engenho; ele não é filho de ex-escravos, não é trabalhador do engenho, não tem responsabilidades no engenho e não responde pelos pecados e maldades feitos no engenho. O narrador Carlinhos não é um menino do engenho. Porém, ele idealiza a sociedade dos negros no engenho e quer fazer parte desta hierarquia, sem entender de verdade como se funciona. O narrador sempre se achou solitário no engenho, e ao refletir no seu estado de conhecimento sexual ele chega à conclusão de que está perdido. Ele conclui que como os meninos do engenho também lhe parecem perdidos, ele é faz parte deste círculo social. Na verdade, ele simplesmente quer se encaixar num grupo. A auto-definição do narrador é uma reflexão da atitude da classe média e alta. Eles se identificavam com o grupo marginalizado dos ex-escravos, mas na realidade são muito diferentes.
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